Jovens que estão se formando ou são recém-formados falam sobre as expectativas para o futuro


    Para muita gente, 2020 já seria uma ano de transformações, mesmo sem o surgimento do novo coronavírus. Em relação aos estudos, seria o fim de um ciclo para o início de outro. O sonho de entrar em uma graduação daria lugar ao sonho da formação e, consequentemente, o começo da vida profissional. Eis que a pandemia  espalha-se pelo mundo e alguns planos foram antecipados ou sofreram "adaptações". Alguns estudantes  formaram-se com meses de antecedência, como é o caso da médica Joana Vieira Cavalcanti. Outros esperam ansiosamente pela formatura,  para dar início a um novo capítulo, como é o caso de Andréa Pereira, estudante de direito. Para o futuro, elas têm o mesmo desejo: tornar suas profissões cada vez mais humanas.

    Joana Cavalcanti descobriu que queria ser médica no colégio, ainda no ensino fundamental, durante as aulas de biologia. A jovem de 23 anos conta que os corpos humanos e os sistemas chamaram a sua atenção na sétima série. Ela decidiu seguir o caminho da área de saúde e dedicou-se aos estudos, no ensino médio, para passar no vestibular. Em 2014, Joana ingressou no curso de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE), finalizando, assim, a graduação em 2020. A colação de grau seria realizada em novembro, mas precisou ser antecipada para setembro por causa da pandemia. Sua vida profissional começou antes do previsto e trouxe consigo um misto de sensações. "Como formada, você já tem aquele peso da responsabilidade, sabe? E o sentimento que eu mais tenho tido ultimamente é relacionado a um certo "receio" pelo tamanho dessa responsabilidade, o que já seria natural em qualquer momento", comenta.
    Atualmente, ela trabalha em um posto de saúde em Condado, no interior de Pernambuco, e deseja, para o futuro, continuar estudando e se especializando. "Eu sinto, com urgência, a necessidade de fazer a residência para aprender mais e cuidar cada vez melhor das pessoas", diz. Por fim, a jovem deseja que a profissão a torne cada vez mais humana. "Eu espero que a medicina possa me trazer a satisfação de troca... Toda profissão tem seu papel na sociedade, sabe? E eu espero que a minha profissão me torne uma pessoa melhor", finaliza.

 

   Quem também deseja ter um olhar mais humanizado dentro da sua futura profissão é Andréa Pereira, 38 anos. A estudante, que já é formada em Ciências Contábeis, está prestes a se formar em sua segunda graduação. O desejo de cursar direito fez com que ela se dedicasse, ainda mais, ao longo dos últimos cinco anos. Infelizmente, não teve a chance de estagiar, mas mergulhou de cabeça nos conteúdos que foram ministrados. Em 2020, ano de sua formatura, viu a rotina sofrer mudanças por causa da pandemia. "Nós tivemos aulas online e os professores estavam empenhados em passar o conteúdo, mas estar em casa é um pouco desestimulante por causa da falta de rotina", diz. Para ela, a parte mais difícil da reta final do curso foi a preparação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que teve que ser feito todo de forma remota.
    A jovem também falou sobre a apreensão em relação ao mercado de trabalho. "Com a pandemia, eu fiquei apreensiva por que o mercado se retraiu e eu sei que existem dificuldades para dar início a uma carreira", conta. Agora, ela aguarda o calendário da segunda fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Além disso, espera finalizar as últimas cadeiras da graduação no fim deste ano. Para o futuro, Andréa deseja ter um olhar mais humanizado do direito para a sociedade. "Quero buscar a essência da coisas, ao invés da forma. Quero buscar uma forma humanizada de ajudar os outros", finaliza.




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